Diante de uma epidemia silenciosa que atinge milhões de brasileiros, cresce o interesse por terapias complementares no combate à ansiedade. Uma delas, a acupuntura médica, tem ganhado espaço nos consultórios como aliada no controle dos sintomas — e com respaldo da ciência.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking global de transtornos de ansiedade, com 9,3% da população — cerca de 18,6 milhões de pessoas — afetadas pela condição. Uma pesquisa recente do Instituto Cactus, em parceria com a AtlasIntel, revela que 68% dos brasileiros se sentem frequentemente nervosos, ansiosos ou tensos.
Nesse cenário, a busca por alternativas que complementem tratamentos tradicionais se intensifica. É o que observa o médico anestesiologista e acupunturista George Ferreira, que atua em grandes hospitais de Salvador. “A acupuntura regula o sistema nervoso, promovendo o equilíbrio entre os sistemas simpático e parassimpático”, explica.
“Esse mecanismo estimula a liberação de neurotransmissores como serotonina, endorfinas e dopamina, que estão diretamente relacionados à sensação de bem-estar e relaxamento. Ao mesmo tempo, reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse”, completa o especialista, pós-graduado em Acupuntura Médica.
O tratamento não tem efeitos colaterais quando realizado por profissionais qualificados. A média recomendada é de oito a 12 sessões com frequência de uma a duas por semana, com duração aproximada de 30 minutos cada.
“Os efeitos costumam ser perceptíveis já nas primeiras sessões. Pacientes relatam melhora na qualidade do sono, na irritabilidade e no controle de pensamentos ansiosos,” afirma Dr. George Ferreira.
Embora não substitua a psicoterapia ou o uso de medicamentos quando necessários, a acupuntura é vista por especialistas como uma estratégia eficaz de suporte, sobretudo por não envolver o uso de substâncias químicas e não ter efeitos colaterais.
A técnica, de origem milenar chinesa, já é reconhecida como prática integrativa pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde. No Brasil, para que a acupuntura seja considerada médica, é necessário que o profissional tenha formação em medicina e especialização na área na área de acupuntura.
“É fundamental que o tratamento seja conduzido por um médico acupunturista, porque isso garante uma abordagem mais segura, que leva em conta todo o histórico de saúde do paciente,” reforça George Ferreira.
A crescente procura pela técnica reflete não só a busca por alívio da ansiedade, mas também, um movimento de pacientes em direção a tratamentos que integrem corpo e mente de forma mais ampla e menos invasiva.
*Bahia.ba